Depois de um bom tempo sem postar nada aqui no blog, vou voltar apresentando uma noticia um pouco antiga mas bastante relevante para o mundo da
ciência. Em um belo dia em uma aula de biologia, meu professor citou o caso de uma lesma marinha que acabou evoluindo a ponto de fazer fotossintese, como qualquer planta comum.
A Elysia chlorotica é uma lesma marinha com 3 cm de comprimento que vive na costa atlântica da América do Norte, e que consegue uma proeza que mais nenhum ser do reino Animal consegue: depois de comer uma alga adquire a capacidade de fotossintetizar, característica das plantas e das algas.
A lesma marinha tem sua cor verde e gelatinosa parecendo uma folha de árvore e conquista a capacidade de fotossintezar - que se mantém durante vários meses - com genes provenientes da alga que come, a Vaucheria litorea.
O pequeno ser obtém os cloroplastos (organitos celulares ricos em clorofila que permitem às células das plantas converter a luz solar em alimento) e os armazena em suas células ao longo do intestino.
O artigo sobre esta extraordinária descoberta foi publicado na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences". O artigo realça o facto extraordinário de um dos genes necessários à fotossíntese ter sido "transmitido", digamos assim, para o genoma da própria lesma - isto é, a lesma possui no seu DNA genes necessários à fotossíntese. O que terá acontecido para a lesma ainda não se ter transformado num verdadeiro híbrido "animal+planta", reter os cloroplastos e transmiti-los à geração seguinte de lesmas descendentes, através da sua própria reprodução, sem precisar de voltar a ingerir a alga de onde obtém os cloroplastos é ainda um mistério a que os cientistas do estudo pretendem responder.
Postagens Relacionadas