25/07/2011

Como fazer um episódio de Dr. House


Escrever um episódio de House é mais simples do que parece. Basta seguir os passos abaixo e é batata:
  • Cena inicial: Duas ou mais pessoas felizes fazendo algo completamente normal. Uma delas tem piriri, então você pensa que é ela que irá pro hospital quando outra pessoa na cena tem um problema pior ainda. Para determinar o tipo de doença é fácil, escreva alguns sintomas possíveis (como "vômito", "tontura", "convulsão", "sangramento" e etc..) cada um em um pedaço de papel. Jogue-os para o alto e escolha dois ou três. Pronto, você já tem a "doença-rara-que-só-o-House-consegue-resolver", os sintomas restantes são de uma outra doença que aconteceu junto com a primeira por "motivos-que-apenas-o-House-pode-deduzir".

  • Abertura
  • Propaganda gigante
  • Primeira parte: House chega em sua sala com a ficha do paciente na mão. Ele diz o gênero, a idade e os sintomas da nova vítima paciente enquanto anota no quadro branco e sua equipe faz algum comentário aleatório (que é totalmente ignorado pelo doutor). Depois eles começam a jogar todo tipo de diagnóstico possível (que de uma forma ou de outra vai passar por Sarcoidose, Amiloidose, Vasculite, Lúpus, - sempre têm que falar em Lúpus e o House sempre tem que dizer que não é. Sempre. A primeira regra sagrada inviolável -, Encefalite e Câncer). House tira sarro de todos e dá seu palpite. Manda todos saírem pra fazerem seus exames, não sem antes fazer alguma piadinha com alguém até humilhá-lo. Geralmente isso acontece com o negão afro-descendente (só podia ser). Enquanto alguém da equipe está no laboratório, os outros dois se encontram com o paciente, agora melhor; mas que logo sofre outro piriri com sintomas diferentes, e que faz todos voltarem à estaca zero.
  • Propaganda gigante exatamente igual a primeira
  • Segunda parte: House dá um palpite no diagnóstico, mas ninguém acredita nele. Ele sai pra cuidar de sua vida (ou seja, irritar algum ou todos dos seguintes: pacientes da clínica, Drª. Cuddy e Dr. Wilson, e ocasionalmente enfiar o termômetro no reto de alguém). A equipe faz a Punção Lombar, a Ressonância, a Colonoscopia e a invasão à casa do paciente (só em seriado americano mesmo). Alguém fala que é doença autoimune (tem que ter sempre o papo da autoimune. Sempre. Esta é a segunda regra sagrada e inviolável), mas House discorda. House convence a equipe a aceitar a administração do novo tratamento e o paciente tem mais um piriri, quase fatal, por causa do dito tratamento. House pede para que a sua equipe retire um pedaço do cérebro, do coração, do estômago, do fígado ou do reto do paciente que depois tem uma parada cardíaca (ou uma parada respiratória) e morre por 1 minuto. Após um momento de tensão, ele volta a vida.
  • Mais propaganda eterna
  • Terceira parte: O House está novamente enchendo o saco de alguém quando ao ouvir alguém dizer algo que não tem completamente nada a ver com a sua vítima paciente, House tem um clique e fica olhando o chão, olhos arregalados. Ele diz: "Não é lupus/sarcoidose/câncer! Na verdade é a doença X que ninguém nunca ouviu falar e que explica tudo" e corre à sua equipe com a resposta certa, mas como ninguém mais acredita nele e a sua chefe não quer que ele machuque/torture/mate o paciente (de novo), ele tem que ameaçar/subornar/chantagear/torturar/matar (não necessariamente nessa mesma ordem) outra pessoa para que permitam o novo tratamento (se nem assim for possível, basta utilizá-lo de qualquer jeito, mesmo contra a vontade do paciente). Iniciam o tratamento e o paciente sai do hospital serelepe e saltitante. Todos confessam que House estava certo o tempo todo, e ele acaba o episódio tocando piano, andando de moto, ou jogando sua bolinha, enquanto toca uma música pop ao fundo e rola o problema ético da semana. E chegamos à terceira regra sagrada inviolável: um episódio de House precisa seguir uma cadência que pode mais ou menos ser descrita verbalmente como, mimimi dilema ético, mimimi dilema ético, pau no cu dilema ético. Médicos existem pra ficar histericamente se descabelando com um temporal de dilemas éticos mega-hiper-exacerbados, pra se meterem na vida sexual uns dos outros e darem lições de moral uns aos outros, e pra torturar os pacientes. Curá-los é só um bônus.
Reiterando: A doença NUNCA pode ser Lúpus. Por esse motivo, ele já estragou um livro sobre lupus para esconder seu remedinho.
Basta enfiar uns diálogos no meio dessa estrLinkutura com algumas piadas sem graça e a série já está garantida por mais umas 10 temporadas (ou enquanto durar o estoque de Vicodin). E não se esqueça de todo final de temporada fazer com que House tenha um ataque do cérebro que faça o público ficar nervosinho se o House vive ou não. Link
Via.

Nenhum comentário:

Postar um comentário